estrela bet:Fashion Revolution

Como revolucionar a moda: o advocacy como ferramenta de justiça socioambiental

A indústria da moda pode sim p༺romover uma mudança sistêmica para combater a pobreza, as desigualdades e a degradação ambiental – mas, para isso, precisamos m🍸udar também a legislação

Créditos: Fashion Revolution Brasil
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Qualquer pessoa pode revolucionar a moda. Eu, você, todos nós que buscamos trabalho digno, melhores condições de vida, respeito ao meio ambiente e os animais. O advocacy – importante ferramenta social para formular e pressionar por políticas públicas – é uma destas formas. E a indústria da moda precisa ser revolucionada, pois se continuarmos produzindo e consumindo na velocidade atual, o impacto climático da moda até 2030.

O Fashion Revolution se propõe a isso: por meio de pesquisa, educação e advocacy, o movimento incentiva a busca por mais transparência e responsabilidade na indústria da moda. Falamos de uma indústria que, somente no Brasil, é o 2º maior empregador da indústria de transformação (ABIT), contendo uma mão de obra de 1,33 milhão de empregados formais (IEMI 2023), com 8 milhões adicionais, referente a empregos indiretos e efeito renda – dos quais 60% são mulheres.

Ainda assim, a estrela bet:indústria da moda convencional funciona sob a lógica da exploração do trabalho, de recursos naturais e saberes de povos hist♍oricamente marginalizados. A exemplo, os diversos casos de escravidão contemporânea em oficias de costura, o impacto do desmatamento no Cerrado devido à , a contribuição das roupas de fibra sintéticas, proveniente do petróleo, para a poluição plástica nos oceanos.

A moda precisa de mudanças estruturais e o advocacy é ferramenta para sua consolidação. Diante dessa máxima, o Fashion Revolution Brasil acrescentou quatro novos indicadores no sendo o primeiro para averiguar se as marcas divulgam a média do salário líquido mensal dos trabalhadores em nível iniciante da instalação, excluindo horas extras. “Este indicador busca contribuir, a partir das marcas brasileiras, com a campanha de advocacy do Fashion Revolution n🌌a União Europeia para uma proposta de legislação sobre salários justos no setor têxtil, de vestuário, couro e ♉calçados, a ”, aponta o relatório.

Por aqui, como destaca o relatório , “em decorrência do processo de terceirização e quarteirização dentro da cadeia da moda, 98% da produção nacional é realizada por micro e pequenas empresas, com foco em um produto barato e de baixo valor agregado”. A flexibilização das leis trabalhistas brasileiras e o aumento da formalização via MEI trouxe mais benefício a figuras empregadoras – afirma o documento – que não estão dispostas a garantir melhores condições de trabalho para seus trabalhadores. A busca por melhores condições de trabalho para trabalhadoras da indústria por meio do advocacy são luta constante de organizações como o , , .

Mudanças sistêmicas

Quando presente na , o Fashion Revolution Brasil se uniu às organizações Eco Age, Stand.Earth, Actoion Speaks Louder e Transformers Foundation para exigir compromisso da indústria da moda para combater as mudanças climáticas – e com soluções já presentes no meio. Uma delas foi o fim da utilização de combustíveis fósseis nas cadeias de fornecimento. Ele não só está presente na produção das fibras sintéticas, mas também no uso de energia e transporte por parte dos fornecedores.

As demandas são de que as marcas ajam em prol da descarbonização, divulgando planos de como iriam cortar o petróleo de suas fibras, as emissões anuais da cadeia de abastecimento e o mix de combustíveis por país, entre outras. Em tempos de debate sobre o , essas exigências precisam de apoio de todos os lados, pois é imprescindível a diminuição da pegada de carbono do setor.

Outro ponto, que mexe mais diretamente com a legislação brasileira, é sobre os resíduos, que, como já falamos, nem mesmo são estrela bet:quantificados corretamente no país. Os resíduos têxteis ainda estão fora da Política Nacional de Resíduos Sólidos (P♏NRS), lei que determina como o país lida com seu lixo.

Existem tentativas, como o , que cria um sistema nacional de logística reversa para os diferentes tipos de resíduos têxteis, de Nereu Crispim (PSL-RS), que está parado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável desde abril de 2022. Já na Alesp está o , que Institui a Política Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais para recicladores. Uma moda de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é uma moda que se preocupa com a sustentabilidade em todos os seus elos produtivos, é por isso que o Fashion Revolution Brasil participa das campanhas e Cânhamo é Revolução – ações de advocacy que buscam incentivar debates a cerca de fibras mais sustentáveis e o fim do uso de agrotóxicos no campo. É possível que a indústria da moda tenha uma mudança sistêmica que enfrente a pobreza, desigualdades e degradação ambiental, mas, para isso, precisamos mudar também a legislação. Marcas e varejistas precisam ser responsabilizados pelos abusos ambientais e violações de direitos humanos em toda sua cadeia de suprimentos. Todos podemos revolucionar a moda – participe você também dessa transformação com o Fashion Revolution Brasil.

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