Educação

Columbia: o epicentro do movimento pró-Gaza que agita universidades nos EUA

Desde o último dia 15, barracas coloridas ocupam os jardins do campus em Nova York, onde dezenas de estudantes𓃲 pedem à direção que a universidade corte os laços com empresas ligadas a Israel

Acampamento pró-Palestina na Universidade de Columbia, nos EUA. Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP
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Yazen dorme há mais de uma semana em uma área aberta da Universidade de Columbia. Ele é uma das dezenas de estudantes que protestam nos estrela bet:Estados Unidos contra a crise humanitária na estrela bet:Faixa de Gaza causada pelo conflito entre Israel e o Hamas.

Desde o último dia 15, barracas coloridas ocupam os jardins do campus, em Nova York. Dezenas de estudantes e ex-alunos pedem à direção da universidade que corte os laços com empresas ligadas a Israel.

As universidades estre𒅌la bet:se tornaram centros de debates nos Estados Unidos de𓂃sde o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, em 7 de outubro. Vários campi se uniram ao movimento de protesto, incluindo o da Universidade de Yale.

Manifestações ocorreram hoje na Universidade do Sul da Califórnia e na Universidade do Texas, onde um confronto entre estudantes e policiais resultou em mais de 20 detidos.

Diante do estrela bet:aumento das manifestações, a Casa Branca ressaltou que o presidente estrela bet:Joe Biden apoia “a liberdade de expressão” nas universidades, mas rejeita manifestações “quando há retórica de ódio ou violência”. Já o primeiro-ministro israelense, estrela bet:Benjamin Netanyahu, criticou as manifestaçõe𝔉s pró-palestinos nas universidades americanas e pediu o fi🌳m das mesmas.

Visita a Columbia

Em visita a Columbia, o republicano Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes, sugeriu que em breve será “um momento apropriado para a intervenção da Guarda Nacional”, se as manifestações não forem contidas. Ele disse que exigirá de Biden medidas.

O republicano Mike Johnson concede entrevista na Universidade de Columbia, sob protestos de estudantes pró-Palestina.
Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP

A morte de estudantes desarmados pela Guarda Nacional durante manifestações contra a estrela bet:Guerra do Vietnã, nos anos 19♔70, segue viva naꦛ memória dos americanos.

No campus de Nova York, os manifestantes, entre eles judeus, negaram ter cometido atos de antissemitismo. Mas outros apontaram incidentes desse tipo e afirmam que as universidades fomentam a intimidação e incitação ao ódio.

Solidariedade

Yazen foi um dos primeiros a se instalar nos jardins de Columbia, onde o número de acampados varia ao longo do dia, chegando, às vezes, a centenas. Ele está decidido a continuar o movimento, apesar da pressão: “Como palestino, é minha responsabilidade estar aqui e mostrar minha solidariedade ao povo de Gaza? Certamente.” A tensão aumentou na semana passada, quanto a reitoria autorizou a polícia a entrar no campus e prender os manifestantes, e suspendeu uma centena de alunos. Autoridades de Columbia dizem que querem permitir a liberdade de expressão, ao mesmo tempo que condenam comentários e atos antissemitas. A estudante judia Melissa Saidak disse que a manifestação atraiu indivíduos agressivos e, muitas vezes, violentos. “Uma pessoa gritava comigo, ela me repreendia e me chamava de sionista e assassina”, descreveu.

Acampamento pró-Palestina na Universidade de Columbia, nos EUA.
Foto: Charly TRIBALLEAU / AFP

O prazo estabelecido pela reitora de Columbia, Nemat Shafik, para o fim do protesto terminava à meia-noite de ontem, mas, logo após esse anúncio, centenas de pessoas se somaram ao acampamento, lotando as calçadas e outras áreas verdes do campus. Autoridades da universidade prorrogaram o prazo por 48 horas e concordaram em não chamar a polícia nem a Guarda Nacional, o que os estudantes consideraram “uma vitória importante”. Na manhã de hoje, o acampamento havia retomado a programação habitual e não parece que será desfeito.

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